A ciência está
ampliando o conhecimento sobre biorritmos. Sabe-se que para várias funções
orgânicas existe o que cientistas chamam de “Ritmo do Sétimo Dia”. Algo ocorre
em nosso corpo em certas circunstâncias no sétimo dia do evento, seja uma
cirurgia, transplante ou liberação de hormônios.
Dr.
Halberg do Laboratório de Cronobiologia da Universidade de Minessota, nos
Estados Unidos, é um líder na pesquisa de biorritmo naquele país. Em
colaboração com outros cientistas de várias nações ele documentou o Ritmo do
Sétimo-Dia no ser humano. ¹
Monitoraram
os batimentos cardíacos de um homem durantes vários meses enquanto ele
permanecia em um ambiente totalmente isolado com todas as condições controladas
e nada do mundo exterior poderia interferir com seus ritmos internos corporais.
Quando os dados foram analisados, seu coração mostrou claramente um Ritmo do
Sétimo Dia. ²
Usando-se
poderosos métodos de computadores, um grupo de cientistas analisou
cuidadosamente modelos de produção de hormônios esteroides coletados da urina
de um homem saudável durante um período de 15 anos. Os resultados das análises
hormonais mostraram que a excreção desses hormônios também ocorria num Ritmo do
Sétimo Dia. 3
Outro
grupo de pesquisadores estudou mais do que 70 homens jovens que tiveram um ou
mais dentes molares extraídos. Cada dia após a cirurgia, suas faces e maxilares
foram medidos cuidadosamente. É de se supor que o edema (inchação) na face
diminuiria nos próximos dias após a cirurgia para a extração dos dentes. Mas
isso não ocorreu. Verificou-se a presença de um Ritmo do Sétimo Dia quanto à
inchação local. 4
Observou-se
também que em várias cirurgias de transplante de rim ocorre este ritmo de sete
dias, já que se verificou que a rejeição ocorria após sete dias da operação. 5

Esse
tipo de biorritmo é chamado de “circaseptano”, também encontrado em macacos,
cachorros, ratos e outros organismos. Isso parece revelar que o Ritmo do Sétimo
Dia é um mecanismo normal existente na fisiologia de organismos vivos.
Alguns cronobiologistas creem que esse tipo de
biorritmo – o do sétimo dia – pode revelar que os organismos precisam de uma
certa pausa como um estímulo para seguirem vivendo.
Durante
a Revolução Francesa (1789-1799), cientistas seculares tentaram revolucionar a
semana de sete dias, instituindo uma semana de dez dias. Foi um caos. O
matemático e senador La Place teve um papel importante em restaurar o modelo
anterior dos sete dias na semana.
Na
Bíblia, em Gênesis capítulo 2, versículos 1 a 3, está escrito: “Assim os céus, a
terra
e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a
obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E
abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua
obra que Deus criara e fizera.”
E
Moisés, pioneiro em medicina preventiva e melhoras sociais, escreveu:
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás
toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás
nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua
serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas
portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que
neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do
sábado, e o santificou” (Êxodo 20:8-11). Aliás, este é o quarto mandamento da
Lei de Deus. O único que descreve quem é o Deus dos outros nove mandamentos.
Que
paralelo fantástico entre as Escrituras Sagradas e a moderna ciência! Sabemos
hoje que um dos componentes para redução do estresse é o descanso semanal, a
ênfase na importância da dimensão espiritual do ser humano e as práticas
naturais de saúde. Jesus foi totalmente científico quando disse: “O sábado foi
feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27). Ele
falava desse biorritmo há 2 mil anos, e do amor de Deus em preparar um dia de
descanso, de reflexão, de serviço espiritual especial e de culto ao Criador dos
céus e da Terra.
- Bernell Baldwin
Ph.D., professor de neuro-fisiologia e
fisiologia aplicada no Wildwood Lifestyle Center and Hospital, pesquisador e
articulista do The Journal of Health and Healing.

Referências:
1 Halberg F., and E. Halberg. Conceptualization
and Validation of a Circaseptenary Clinospectral System. Abstracts, Second International Conference on
Immunopharmacology, Sheraton Park, Washington, D.C., July 5-10, 1982, 340-341.
2 McCluskey, E.S.
Light-Dark Cycle Entrainment of Circadian Rhythms in Man. The
Biologist 65:17-23, 1983.
3 Halberg, F., M.
Engeli, C. Hamburger, et al. Spectral Resolution of Low-Frequency,
Small-Amplitude Rhythms in Excreted 17-Ketosteroids; Probably Androgen-inducced
Circaseptan Desynchronization. Acta Endocrinológica. Suppl. 103:5-53, 1965.
4 Pollman, L. and G.
Hildebrandt. Long-Term Control of Swelling After Maxillo-Facial Surgery: A
Study of Circaseptan Reactive Periodicity. Inter. J. Chronobiology, 8:105-114, 1982.
5 De Vecchi, A.,
F.Halberg, R.B. Sothern, et al. Circaseptan Rhythmic Aspects of Rejection in
Treated Patients with Kidney Transplants. Inter. J. Chronobiology, 5:432, 1978.