Por Carlos Hein
Fazia muito frio, chuviscava, o sol havia se posto e ainda restavam
cerca de oito quilômetros para chegar à minha casa. A mala estava pesada e a
viagem da universidade até o local em que o ônibus me deixara era muito
cansativa.
Então, sob a chuva fi na, encharcado e tremendo de frio,
minha casa me parecia mais distante do que nunca. Sentei-me para descansar e,
de repente, em meio à escuridão, quase sem enxergar o caminho, veio-me à mente
a promessa de Jesus: “Não se turbe o vosso coração; … Na casa de Meu Pai há muitas
moradas” (Jo 14:1, 2). Então, comecei a comparar minha viagem de volta para
casa com a viagem para o lar celestial, que Jesus foi preparar. Pensei nas dificuldades
do caminho, nas lutas, nos perigos, nas chuvas de problemas, no frio que
sentimos por estar longe de casa, mas também na alegria de saber que chegaremos
lá e que nos encontraremos com o Pai.
Imediatamente, já não mais me sentia só, pois Jesus
caminhava ao meu lado e me dizia: “Não [o] deixarei [órfão]; voltarei para
[você]” (Jo 14:18); “O Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse
[lhe] ensinará todas as coisas” (Jo 14:26). Foi então que minha atenção foi
atraída para o modo com que esse capítulo termina: “Levantai-vos, vamo-nos daqui”
(v. 31) Quando retomei a caminhada, imaginei Cristo e Seus discípulos
atravessando algumas vinhas. E vi, na parábola de João 15, pelo menos, três
fatos importantes:
1. Permanecer nEle para poder dar fruto. O ponto principal
aqui é a comunhão. Permanecer em Cristo significa viver em Sua Palavra e orar
(v. 7), obedecer a Seus mandamentos (v. 10) e manter a vida pura, mediante Sua
Palavra (v. 3). Ser um ramo da Videira significa que estamos unidos a Cristo e temos
a vida dEle. Ao permanecermos nEle, Sua vida fl ui em nós e assim damos fruto.
Deus nos purifica por meio da Palavra, para que sejamos mais frutíferos, o que
ajuda a explicar por que um cristão dedicado, com frequência, tem que passar pelo
sofrimento.Jesus disse que Seus seguidores produziriam “mais frutos ainda” (v.
2); depois, avançou e disse: “muito fruto” (v. 8), e assim glorificariam ao Pai.
As evidências estão no amor do Salvador (v. 9); na obediência à Sua Palavra (v.
10); na oração respondida (v. 7) e na alegria plena (v. 11).
2. O amor pelos irmãos é uma das marcas do discipulado (Jo
15:12-17). O que permanece em Cristo ama a seus irmãos e mantém um
relacionamento cristão com eles.
Uma das melhores formas para alcançar o bom relacionamento é
participar de um Pequeno Grupo. Em seu ambiente, podemos conhecer melhor nossos
irmãos e amá-los mais. É impossível amar a quem não conhecemos. O mero fato de
frequentar a igreja não me permite conhecer bem meus irmãos e, assim sendo, não
os amo como deveria. Os Pequenos Grupos me dão essa oportunidade.
O antigo mandamento ordenava aos homens amarem o próximo
como a si mesmos. Mas o novo nos convida a amar como Jesus amou. Na verdade, o
novo é mais difícil que o antigo; mas dispomos de graça mais que suficiente para
cumpri-lo.
3. Permanecer em Jesus nos impulsiona a cumprir a missão.
É impossível manter comunhão com Jesus e não testemunhar. “Vós
também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio” (v. 27). Ser
testemunhas de Jesus nem sempre será fácil, talvez tenhamos que enfrentar
provações, situações que poderão nos deixar tristes (v. 18-27), mas não
importa. Estamos caminhando rumo ao lar e logo chegaremos!
Pr. Carlos Hein é secretário da Associação Ministerial da Divisão Sul Americana.
Texto extraido da revista do Ancião 1º Trimestre de 2013
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