Na Europa, após a I Guerra Mundial, uma professora lecionava para 40 alunos. Uma tarefa difícil, pois meninos são meninos. Sempre havia problemas na escola. Às vezes brigavam, desrespeitavam a professora. Ela, com muita paciência, cuidava do seu rebanho.
A professora, porém, notou que um menino era completamente diferente dos outros alunos. Quando as crianças estavam na briga, ele sempre estava fora da confusão.
Quando havia algum trabalho para fazer, ele era o primeiro voluntário a se apresentar.
Um dia, após as aulas, ela chamou aquele aluno ao lado e disse-lhe: “João, você é o melhor aluno da classe. Quero conhecer seus pais”. O menino, sem responder, ficou triste olhando para o chão.
A professora logo pensou que talvez viesse de uma família muito pobre, e que estava com vergonha. Insistiu a professora: “João, eu preciso conhecer seus pais”. Ele respondeu: “Não, professora, eu não posso lhe mostrar meus pais. Sinto muito, mas é impossível”. A professora sugeriu: “Então traga os seus pais aqui na escola”. “Não posso, professora, ambos já morreram”. Foi aí que a professora se arrependeu de haver mexido com o seu problema.
João começou a contar-lhe: “Eu morava num país vizinho daqui. Meu pai era o rei. Logo veio a guerra com todas as coisas terríveis que ela traz. Um dia, soldados estrangeiros levaram meus pais presos. Corri atrás deles para ver o que iria acontecer. A certa altura, meu pai, vendo-me, pediu permissão ao comandante para falar comigo. Foram-me dados cinco minutos. Minha mãe me abraçou, chorando. Meu pai se colocou em posição de sentido diante de mim e eu fiquei em posição de sentido diante dele. Ele fez continência. Eu também o fiz. Ele me disse: ‘João, vamos ser mortos. Eles vão nos matar. Você precisa ser forte. Peço-lhe apenas uma coisa: lembre-se sempre que você é filho de um rei’. Os soldados deram sinal e meus pais voltaram para as fileiras. Eu vi os soldados levantarem as armas. Eu ouvi os tiros. Eu olhei meus pais caírem mortos. Eu comecei a correr. Passei dias viajando a pé, às vezes sem ter o que comer. Às vezes pessoas me ajudavam. Até que, finalmente, cheguei aqui. Pessoas boas, deste lugar, amigas de meu pai, estão cuidando de mim”.
Enquanto a professora chorava, e as lágrimas banhavam a sua face, ele olhou nos olhos dela e perguntou:
- Professora, a senhora sabe por que eu sou diferente dos outros alunos?
“Eu sou filho de um rei, e não posso desonrá-lo”.
Somos filhos de um Rei, o Rei dos reis e Senhor dos senhores!
Qual a nossa conduta, sabendo que temos grande responsabilidade?
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