O livre-arbítrio não nos exime de educar nossos filhos
por Ozeas Caldas Moura
O
texto de Provérbios 22:6, na Versão Almeida Revista e
Atualizada no Brasil, está assim traduzido: “Ensina a criança
no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se
desviará dele.” Este texto tem causado perplexidade a muitos,
pois geralmente é entendido como garantindo que a criança à
qual foram ensinadas as verdades bíblicas, não se desvia da fé,
nem mesmo na velhice. Mas o fato é que, muitas vezes, pais fiéis
vêem, com o coração dolorido, seus filhos deixarem a igreja e
renegarem as verdades nas quais uma vez creram, a despeito da
boa instrução dada a eles, desde os mais tenros anos.
Estaria
o texto de Provérbios 22:6 afirmando que crianças ensinadas
nas verdades bíblicas não apostatam? Se assim for, onde ficaria
a liberdade de escolha (e até a de escolher o mal) dada por Deus
ao ser humano? Que Deus respeita o direito de escolha de cada
pessoa, está claro em passagens tais como: “Eis que, hoje, Eu ponho
diante de vós a bênção e a maldição” (Deut. 11:26); “Vê que
proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal” (Deut. 30:15); “...
te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois,
a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deut. 30:19); “...
escolhei, hoje, a quem sirvais” (Jos. 24:15); “Se quiserdes e Me
ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e
fordes rebeldes, sereis devorados à espada, porque a boca do
Senhor o disse” (Isa. 1:19 e 20).
Passemos, então, à
análise de Prov. 22:6. Uma tradução literal do hebraico
ficaria assim: “Instrui a criança no início de seu caminho, e
quando envelhecer não se afastará dele.” A que estaria se
referindo a expressão possessiva “dele” (mimenâ)? Parece
claro que é ao “caminho” (derek) da frase anterior. Mas qual
seria o conteúdo dessa instrução? A resposta deve ser buscada no
contexto do capítulo 22 de Provérbios, especialmente em seus
cinco primeiros versos. Deve-se atentar, antes de tudo, que
Provérbios 22 é um texto Sapiencial, sendo característica desse
tipo de literatura sua forte ênfase na conduta ou
comportamento do indivíduo. Assim, o caminho do qual a criança
instruída não se afastaria, é o caminho do “bom nome” (Prov.
22:1), da “prudência” (22:3), da “humildade”, que leva ao
respeito pelas coisas divinas (22:4), e do retirar-se para longe
do caminho do perverso (22:5). Dessa maneira, o texto estaria
dizendo que, se desde a infância essas virtudes
(honestidade, prudência, humildade) forem ensinadas às
crianças, elas poderiam perdurar por toda a vida.
Possivelmente
o que mais atrapalhe a compreensão de Provérbios 22:6,
fazendo-o até contradizer outros textos bíblicos sobre o
livre-arbítrio dado por Deus aos seres humanos, seja o de tomar o
texto primeiramente e tão somente em sentido teológico, ou
seja, tomar o “caminho” no qual a criança deveria andar como
sendo o das verdades bíblicas, nas quais deveria seguir. Como
visto no parágrafo anterior, Provérbios 22:6 deve ser visto,
primeiramente, como um texto sapiencial, com enfoque sobre
regras de bom comportamento, que os pais deveriam ensinar aos
filhos. Assim, o primeiro sentido é ético-comportamental. A
TEB (Tradução Ecumênica da Bíblia) parece ter captado bem o
sentido, ao traduzir o verso assim: “Ensina bons hábitos ao
jovem, em início de caminhada; não os deixará, nem quando
envelhecer.”
Uma palavra mais sobre o referido texto.
Se alguém pretende tomá-lo em sentido teológico, com “caminho”
significando as verdades bíblicas a serem ensinadas às
crianças pelos pais, deveria fazê-lo tomando o verbo hebraico
savar (“desviar”) no sentido de “evitar”, “cessar”. Nesse caso, o
texto poderia estar dizendo que uma pessoa ensinada nas
verdades da Palavra de Deus não conseguiria “desviar-se” delas,
no sentido de “evitar” que essas verdades lhe venham à mente,
mesmo vivendo longe de Deus, e não no sentido de que alguém
ensinado nos caminhos de Deus conforme conta na Bíblia, está
imune à apostasia. Tomado em sentido teológico, Provérbios
22:6 deveria ser visto como um princípio geral, para o qual há
muitas exceções, das quais podemos mencionar algumas: Deus
perdeu a terça parte de Seus filhos (Apoc. 12:4, 7-9); Esaú
tornou-se impuro e profano, apesar da vida de fé vivida por seu
pai Isaque (Heb. 12:16); os filhos do profeta Samuel se tornaram
corruptos e não quiseram imitar a vida piedosa de seu pai (I Sam.
8:1-5). Poderíamos dizer, então, que, se uma criança procede
corretamente diante de Deus, vivendo de acordo com Sua
vontade, é porque isso lhe foi ensinado desde nova, e que
Provérbios 22:6 não é uma promessa divina de que uma vez que a
criança recebeu as instruções da Palavra de Deus, ela não
apostatará.
Outro texto que, à semelhança de Provérbios
22:6, tem sido mal-compreendido, é o de Jeremias 31:16 e 17: “Assim
diz o Senhor: Reprime a tua voz de choro e as lágrimas de teus
olhos; porque há recompensa para as tuas obras, diz o Senhor, pois
os teus filhos voltarão da terra do inimigo. Há esperança para o
teu futuro, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os
seus territórios.” Este texto tem sido compreendido como uma
promessa de Deus de trazer de volta para a igreja todos os filhos
apostatados cujos pais permaneceram fiéis. Será que é isso o
que o texto quer dizer?
Uma regra básica de
interpretação bíblica é olhar o contexto de qualquer texto da
Escritura, para ver sua aplicação primária. Se olharmos o
contexto dos versos 16 e 17 de Jeremias 31, veremos que eles se
referem primeiramente ao cativeiro babilônico. Esse
capítulo trata do júbilo pela promessa de livramento do
cativeiro, mencionada no capítulo anterior (cap. 30). O
texto de Jeremias 31:16 e 17 deve ser analisado à luz de versos
como o de Jeremias 30:3: “Porque ... mudarei a sorte do meu
povo...; fá-los-ei voltar para a terra que dei a seus pais, e a
possuirão”, e de Jeremias 31:8: “Eis que os trarei da terra do
Norte e os congregarei das extremidades da terra.”
Numa
aplicação secundária do texto de Jeremias 31:16 e 17, poderia
se pensar na promessa de Deus de trazer os filhos de pais
cristãos de volta ao redil. Mas isto só poderá ocorrer se estes
filhos consentirem com a atuação divina em sua vida e forem
receptivos à voz do Espírito Santo. Do contrário, Deus
estaria violentando o direito deles de escolher o bem ou o mal
(cf. Deut. 30:15 e 19).
Em conclusão, pode-se dizer que
Provérbios 22:6 não deveria ser entendido como garantia de que,
uma vez ensinada nas verdades da Palavra de Deus, a criança
nunca apostatará delas. Como já foi mencionado, o texto em
alusão refere-se, primeiramente, ao ensino de bons hábitos às
crianças, os quais tendem a permanecer por toda a vida.
Mas
o fato de Deus respeitar o livre-arbítrio dado às pessoas não
deve levar-nos ao descaso quanto a ensinar nossos filhos nos
caminhos de Deus. Certamente, eles só poderão optar pelo bem se
este lhes for ensinado, pois todos nascemos maus (cf. Efés. 2:3).
Mas, após o ensino do bem, nossos filhos é que devem tomar sua
decisão, para o bem ou para o mal, e Deus a respeita. Para todos,
pais e filhos, as palavras divinas de Isaías 55:6 e 7 continuam
muito atuais: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-O
enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo,
os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que Se compadecerá
dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.”
Ozeas Caldas Moura - Editor da Casa Publicadora Brasileira
Fonte: Revista Adventista, 2002, Casa Publicadora Brasileira
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Um amigo em todo momento

Cresci ao lado do Neemias e, a despeito de ele ser mais velho, sempre compartilhamos momentos inesquecíveis com base em nossa fidelidade. O transcorrer dos anos, do tempo, da distância não puderam romper nossa amizade. Cada um seguiu sua vida; escolheu seu próprio caminho, mas todas as vezes que nos reencontrávamos era como se nunca nos houvéssemos separado. Faz alguns meses, estive na cidade de Huancayo e, minutos antes de subir ao púlpito, meu celular tocou e recebi a terrível notícia que me dilacerou a alma.
Enquanto voltava para casa, chorei como nunca antes. Hoje o Neemias não mais está aqui, ele se foi, mas deixou em mim conselhos que somente se recebem de um grande amigo: Seja fiel até a morte; não se esqueça de que nosso melhor amigo é Deus.
Durante o transcorrer da vida, conhecemos em nossos caminhos muitas pessoas, boas e más, porém, dentre todas, somente algumas são especiais e as chamamos de “amigos”. Hoje é difícil catalogar alguém que conhecemos há pouco tempo como amigo. Muitas vezes, somos traídos e defraudados por pessoas que se dizem ser nossos “amigos” e acabam nos prejudicando tanto que perdemos por completo a confiança.
A Palavra de Deus não erra ao destacar a diferença do verdadeiro amigo e daquele que não o é. A tradução feita como “tem muitos amigos sai perdendo”, no hebraico é lehithro’ea, que provém do verbo ra’a’, que significa “romper” e é entendido como: “O homem com amigos que o destroem”. Isso nos diz a classe de amigos que temos, os que nos levam por bons caminhos e os que nos levam à destruição. Porém, a outra parte do verso é maravilhosa: amigo, literalmente é o que ama, em seu sentido básico, a pessoa que fica ao seu lado quando os demais o abandonaram.
Então me vem à mente a pergunta: Quem é seu amigo? Eles o levam pelos bons caminhos? Somente você conhece a resposta. Você está passando por momentos difíceis, e todos lhe deram as costas? Tenha certeza de que há alguém que está esperando que você abrace seu coração a fim de poder receber a amizade que Ele lhe quer dar. Você e eu O conhecemos, o nosso Deus. Hoje você pode começar a torná-Lo seu melhor Amigo. Confie nEle e lhe posso assegurar que Ele jamais falhará.
Pastor Eduard C. Zavaleta Garcia
Missão Andina Central - UPS
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Mensagem: O Manto de Um Mártir
Pr.
MARK FINLEY
Catedral de Saint Albans
Saint Albans é uma cidade inglesa com cerca de cem mil habitantes que fica no interior da Inglaterra, ao norte de Londres.
Catedral de Saint Albans
Saint Albans é uma cidade inglesa com cerca de cem mil habitantes que fica no interior da Inglaterra, ao norte de Londres.
É
um de meus lugares favoritos no mundo todo. Passei cinco anos
maravilhosos e, trabalhando com pastores de toda a Europa no
escritório regional da Igreja Adventista do Sétimo
Dia, em Saint Albans. Minha esposa, Teenie, e eu nunca esqueceremos
as pessoas maravilhosas que conhecemos, e meus filhos lembram
com saudade da época em que estavam crescendo nesse lugar.
O ritmo
da vida é um pouco diferente. Parece haver mais tempo
para as famílias, mais tempo para a arte, música,
leitura e cultura; mais tempo para ser um ser humano.
Muitos dos
prédios em Saint Albans são como pedaços
da História, guardados para nós até hoje,
como a Torre do Relógio, por exemplo. Ela existe desde
o ano 1412, quando ocupava o centro dessa cidade medieval. O
sino original ainda está intacto; o mesmo sino que badalava
as horas todos os dias.
Há
uma rua, chamada French Row, Rua dos Franceses, que recebeu
este nome por causa dos mercenários franceses que fixaram-se
ali no século 13, lutando para os barões ingleses,
contra o Rei John.
Há
também a construção de um prédio
histórico, que é mais alto que todos os outros,
que é a razão de Saint Albans existir até
hoje. Está atrás de um muro, entrando por um dos
portões da cidade.
Essa magnífica
estrutura é a Catedral de Saint Albans. É uma
das maiores igrejas da Inglaterra. Diz-se que o Rei Offa foi
quem começou sua construção. Ele era rei
do reino central da Inglaterra, chamado Mércia, no início
da Idade Média. O Rei Offa construiu um Mosteiro Beneditino
neste local.
Então
vieram os normandos, que invadiram a Inglaterra em 1066. Essas
pessoas decidiram mostrar aos saxões do local, quão
bons eram, construindo uma catedral em grande estilo. Começaram
a transformar a capela em catedral. Ainda pode-se ver a Torre
Normanda, com sua elevada arcada que fica no meio da igreja.
Mais tarde,
durante a época do Rei John, Saint Albans foi aumentada.
Gradualmente tornou-se um centro de cultura e intelectualidade.
Saint Albans
tem uma longa e interessante história. Mas a parte mais
importante de sua história é o que aconteceu mesmo
antes de ser construída, foi o que aconteceu numa colina.
A verdadeira história de Saint Albans começa abaixo
dessa colina, numa cidade romana quase esquecida, chamada Verulamium.
![]() |
Ruínas de teatro romano em Verulamium, atual St. Albans |
Sobrou apenas
um pedaço da muralha que cercava Verulamium quando esta
fazia parte da Província Romana chamada Britânia.
Os romanos, sob o comando do Imperador Claudius, tinham estendido
seu império bem ao norte, até a Bretanha.
E, como
parte de sua conquista e estabelecimento na região, construíram
uma típica cidade romana, Verulamium. Tinha tudo: fórum,
praça central, basílica, prédio do tribunal,
um teatro e banhos públicos.
O muro da
cidade, originalmente tinha cerca de 2 metros de largura na
base e 6 metros de altura. Era feito de pedra e argamassa. A
cidade ficava deste lado do muro, e era protegida por uma guarnição
romana.
Entre os
cidadãos influentes que viviam nessa importante cidade
no ano 209 A.D., estava um homem chamado Albano. Alguns acreditam
que ele era um oficial do exército. Albano pertencia
a uma cultura que adorava muitos deuses. Os romanos, como os
celtas, eram pagãos. E, além disso, todos os cidadãos
romanos que se prezavam reconheciam que o Imperador era divino.
Em 109 A.D.
uma nova religião começara a espalhar-se pelo
império. Era uma religião baseada num homem que
fora crucificado como criminoso, e que, diziam, ressuscitara
dos mortos de forma sobrenatural.
Era uma
religião que desafiava a autoridade absoluta de César.
Os cristãos declaravam que apenas Cristo deveria ser
adorado; estes cristãos primitivos O reverenciavam como
o Senhor dos Senhores, e Rei dos Reis. Por isso eram considerados
como uma terrível ameaça para a sociedade romana,
uma ameaça à lei e à ordem.
Os cristãos
eram perseguidos em todo o Império Romano, e foram perseguidos
também em Verulamium.
Albano,
como um bom cidadão, tinha poucas razões para
desafiar o estilo de vida romano. Mas certa noite ele ouviu
uma batida na porta, e aquela batida mudou tudo.
Quando Albano
abriu a porta, olhou nos olhos de um fugitivo, um homem chamado
Anfibólio. Ele era seguidor de Jesus, provavelmente líder
dos cristãos da cidade, e as autoridades o estavam perseguindo.
Bem, Albano
não conseguiu simplesmente fechar a porta. Não
foi capaz de mandá-lo embora. Não pode ignorar
este estranho que estava em apuros. Então convidou-o
a entrar. Albano era um homem de mente aberta. Ele poderia não
concordar com estes cristãos, ou mesmo entender o que
eles diziam, mas não achava que eles devessem ser perseguidos
como animais.
Assim, Albano
abriu a porta ao crente fugitivo; ele o convidou a entrar; hospedou-o
em sua casa e deu-lhe proteção.
O historiador
Bede diz que algo aconteceu a Albano durante os dias que se
seguiram. Ele viu Anfibólio orar. Ele o viu orar até
altas horas da noite, certas vezes. Às vezes podia ouvir
o que o homem dizia em oração.
As frases
religiosas que os cristãos usavam eram fora do comum,
bastante estranhas para Albano. Mas havia algo na maneira deste
homem orar, algo muito sincero, muito real, algo que ele conseguia
entender. Ele não pode deixar de ficar impressionado.
Assim Albano
começou a fazer perguntas sobre as crenças de
seu convidado.
"Conte-me
mais sobre este Jesus!
O que Sua
crucifixão tem a ver com o meu perdão?
Como você
sabe que Ele realmente ressuscitou dos mortos?"
Anfibólio
contou mais e mais a respeito de sua fé. E Albano ouvia
cada vez com mais atenção. Cristo tornou-se cada
vez mais real para ele.
Quase sem
perceber, Albano passou para o outro lado; ele dera um passo
importante.
Este muro
marcava uma linha divisória: dentro estava a proteção
da lei romana, da civilização romana. Do lado
de fora, estavam os bárbaros, os inimigos de Roma.
Quando Albano
ouviu aquele fugitivo falando a respeito de seu amor por Cristo
e sentiu a maravilha do evangelho envolver seu coração,
ele cruzou essa linha. Colocou-se do outro lado do muro. De
certa forma, tornou-se um inimigo do Governo Romano. Ele estava
sob o domínio de um Soberano diferente.
Bem, as
autoridades começaram a desconfiar. Albano decidiu que
o mais importante era proteger esse líder da igreja cristã.
Então deu a Anfibólio sua identidade; deu-lhe
o disfarce de uma cidadania romana. Albano colocou-lhe nos ombros
seu manto de oficial, provavelmente uma capa de oficial romano.
Ele vestiu seu convidado com suas próprias roupas e Anfibólio
saiu pela noite afora.
Desta forma,
o líder cristão perseguido conseguiu sair da cidade
e fugir dali. Ele escapou, como Albano.
Mas o verdadeiro
Albano teve que ficar. Logo sua atitude de ajudar e acobertar
este inimigo do estado veio à luz. As autoridades descobriram
que ele estivera protegendo um cristão, e Albano não
negou que ele mesmo tornara-se um cristão também.
Albano mudara
de lado. Foi levado perante as autoridades da cidade. Eles o
advertiram a renunciar estas loucas crenças cristãs.
Nenhum dos cidadãos distintos de Verulamium havia caído
nesta cilada. Por que deveria ele? Eles insistiram com Albano
para que simplesmente reconhecesse que César era divino.
Devem ter tentado de todas as maneiras, porque foi um longo
julgamento.
Albano,
porém, não desistiu de sua fé em Cristo.
Durante o processo ele repetiu frase que se tornaria famosa
como a oração de Santo Albano: "Eu cultuo
e adoro o verdadeiro Deus vivo, que criou todas as coisas."
Finalmente,
eles o retiraram do tribunal; levaram-no pelo portão,
para fora da cidade, e subiram a uma colina, até o local
de execução. Albano havia mudado de lado, e teria
que pagar o mais alto preço.
Eu me pergunto
o que este nobre romano estava pensando quando subiu aquela
colina. O que se passava em sua mente? O que estava sentindo,
no que estava pensando?
Ele pensou
em seus pais? Será que ficou triste por causa de alguma
jovem que nunca mais poderia ver, nunca poderia amar? Será
que pensou em tudo que teria de abandonar?
A pergunta
é: o que fez Albano continuar a subir a colina? Por que
não parou a alguma altura e simplesmente disse: "Tudo
bem, reconheço César como Senhor."
Aquela colina
deve ter parecido muito íngreme quando se considera o
que o aguardava no topo, no local de execuções.
Eu acho que Albano deve ter pensado em Alguém que subira
uma colina antes dele. Ele estava seguindo as pegadas de Alguém.
Jesus Cristo
foi levado para fora das muralhas de uma cidade por autoridades
romanas. E Ele teve que subir uma colina até o topo do
Monte Caveira. É claro que não era uma colina
bonita e verdejante, onde namorados caminham e crianças
brincam. Era uma colina rochosa, um lugar de execução
chamado Gólgota.
As costas
de Jesus sangravam profusamente enquanto Ele tropeçava
pelo caminho. Ele fora brutalmente açoitado pelos soldados
romanos. Ele fora forçado a carregar as vigas de madeira
de sua cruz pelas ruas de Jerusalém. E foi levado para
fora da cidade para ser torturado até morrer.
O que se
passava na mente de Jesus quando Ele subiu o Gólgota?
No que estava pensando quando foi morto ainda no auge da juventude?
O que estava pensando quando Seu ministério foi interrompido
abruptamente? Será que pensou na infidelidade de Seus
discípulos, que haviam fugido?
Veja o que
o escritor de Hebreus diz no capítulo 13, verso 12: "Por
isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo
seu próprio sangue, sofreu fora da porta."
Por que
Jesus subiu aquela colina? Para santificar seres humanos com
Sua morte sacrifical, com Seu sangue. Era isso que Ele tinha
em mente: as pessoas que Seu sangue salvaria. A Escritura nos
diz que Jesus suportou a cruz "pela alegria que estava
diante de Si."
Jesus Cristo
escolhera fazer o sacrifício de livre e espontânea
vontade. Ele fora para Jerusalém para cumprir Sua missão.
Subiu a montanha, chamada Gólgota, com uma silenciosa
determinação.
Era sobre
este Jesus que Albano tinha aprendido, sentado aos pés
de seu convidado fugitivo, Anfibólio. Ele fora levado
a este Cristo heróico, este Cristo cujo amor parecia
não ter limites.
E assim,
Albano subiu esta colina perto da cidade onde ele vivia. Ele
sabia que Cristo subira a colina antes dele. Fosse qual fosse
a prova, Cristo já a enfrentara antes.
Não
sei o que você está enfrentando neste momento de
sua vida. Não sei que tipo de montanha íngreme
você tem tido que subir. Pode ser uma crise em seu lar,
em seu casamento. Talvez você sinta-se isolado e abandonado.
Pode ser uma cirurgia, um sério problema médico.
Pode ser um pesado fardo de culpa ou medo.
Quero, porém,
assegurar-lhe de uma coisa. Seja qual for a colina que esteja
enfrentando, pode ter uma certeza: Cristo já subiu a
colina antes de você. Aquele que foi tentado em tudo que
nós somos, deu estes difíceis passos antes de
você. Ele promete estar a seu lado quando precisar dEle.
Há
outra coisa que podemos nos perguntar sobre Albano, o romano
que mudou de lado. Por que deu àquele fugitivo seu manto?
Por que correu aquele risco? Como pôde dar sua cidadania
romana quando isto significava tudo: respeito, segurança
e posição?
No que Albano
estava pensando quando colocou aquele manto nos ombros do homem
que orou em seu lar tão fervorosamente?
Podemos
ter uma idéia, novamente, ao comparar com a experiência
de Cristo subindo a colina. Você sabe o que a cruz realmente
significou para Cristo? Você sabe que na verdade envolveu
uma troca de identidade? Está em II Coríntios
5: 21: "Aquele que não conheceu pecado, [isto é,
Jesus Cristo, enviado pelo Pai] ele o fez pecado por nós;
para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus."
Você
percebe a troca aqui? Cristo tomou a identidade do pecador na
cruz. Ele vestiu aquilo que o profeta Zacarias descreve como
nossos trapos de imundícia. Jesus oferece-nos Sua identidade,
a identidade de uma pessoa justa, a identidade de alguém
que Deus apontou como: "Meu Filho amado, em quem me comprazo."
(Mateus 3:17)
Cristo coloca
em nossos ombros o manto de Sua justiça, Sua boa reputação
com o Pai, e somos aceitos "no Amado."
É
por isso que Cristo subiu a colina chamada Calvário.
Na cruz, Ele trocou de identidade. Em certo sentido, os seres
humanos só entram no céu disfarçados. Ou
seja, Cristo nos dá o manto de Sua justiça. Vamos
ao trono de Deus disfarçados, ou vestidos como o Filho
amado de Deus. Este é o tanto que Cristo amou os seres
humanos perdidos. Ele morreu pelos pecadores. Ele deu Sua identidade
a pessoas que não a merecem.
Albano tinha
consciência do que Jesus Cristo lhe dera no Gólgota.
Albano fora transformado pelo evangelho, e assim teve segurança
para dar sua identidade a alguém que a precisava. Ele
sentiu o manto da justiça de Cristo ao redor de seus
ombros. Ele colocou sua capa de oficial romano sobre os ombros
de um amigo. Sim, Cristo tinha subido a colina antes dele.
Oficiais
romanos levaram Albano até o topo da colina, e ali ele
foi decapitado enquanto orava ajoelhado.
Esta execução
fora apenas um exemplo de um grande esforço feito pelo
Império Romano para eliminar o cristianismo. Eles desejavam
silenciar aquelas vozes que desafiavam a absoluta autoridade
de César.
O sangue
que Albano derramou tão heroicamente, porém, tornou-se
um grito de fé. Albano foi o primeiro mártir cristão,
que se saiba, a morrer na Bretanha. Os cristãos erigiram
uma capela para preservar sua memória. A igreja na Bretanha
cresceu. A fé que transformara Albano tocou muitos outros
corações.
E, com o
tempo, esta magnífica catedral foi construída
no local da morte como um monumento ao martírio de Albano.
O exemplo de Albano continuou a inspirar cristãos durante
os séculos. A catedral com seu nome continuou a crescer.
O lado ocidental
da Catedral, foi reprojetado e construído em estilo gótico
vitoriano no século 19. Novas gerações
desejavam acrescentar seu toque à este templo construído
para glorificar a Deus.
O sangue
de Albano, derramado naquele lugar, produziu muitos frutos.
Mas, outra vez, Cristo subira a colina antes dele.
O sacrifício
de Cristo produziu um monumento mais extraordinário ainda.
Veja como o apóstolo Paulo descreve isto em Efésios
1: 7 e 8: "No qual [ou seja, em Cristo] temos a redenção,
pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza
da sua graça, que Deus derramou [...] sobre nós."
Cristo transformou
um ato de brutalidade, Sua execução na cruz, numa
forma de compartilhar Sua graça. Ele a compartilhou em
abundância, transformou o ato de vingança de Seus
inimigos num monumento de perdão. Ele transformou um
fim vergonhoso num novo início para incontáveis
seres humanos. Ele transformou uma morte horrível num
lindo ato de redenção.
É
por isto que Cristo subiu a colina do Gólgota. Ele tinha
tanto amor a dar, tanta graça para oferecer.
Amigos,
a cruz é uma promessa de que a vida humana, qualquer
vida humana, pode ser transformada. Não importa que obstáculos
se interponham em seu caminho, há esperança. Não
importa quão íngreme pareça a colina, há
esperança.
Cristo já
subiu esta colina antes de você. Ele deu estes difíceis
passos. Ele sabe exatamente o que você está passando,
Ele pode ajudá-lo a chegar ao topo.
O mais maravilhoso
de tudo é isto: Cristo pode transformar a tragédia
da sua vida em triunfo. Ele pode transformar o que você
vai encontrar no topo da colina. Cristo pode tornar em bênçãos
as piores circunstâncias. Você pode esperar algo
terrível, um campo de batalha, mas Cristo pode transformá-lo
numa magnífica catedral.
Você
está cansado de subir esta íngreme colina sozinho?
Você não gostaria de caminhar ao lado de Alguém
que já subiu todo este caminho antes de você? Você
pode confiar nAquele que deu Sua vida por você para apoia-los
nos piores momentos. Você pode confiar nAquele que lhe
oferece Sua identidade, agora mesmo.
A Loucura do Pecado
“O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram,
a mim, a fonte de água viva; e cavaram suas próprias cisternas,
cisternas rachadas que não retêm água”.
Esse é o motivo de o pecado ser uma loucura
inimaginável. Uma traição sem tamanho. Uma apunhalada pelas costas. Mas é
preciso dizer também que essa loucura é a nossa realidade, não importa
por onde olhemos.
Mas que loucura? Talvez alguém pergunte – não você
que está lendo, é claro. E eu respondo – pensando como alguém não pode
ver tal coisa, porque para mim a pergunta soa do mesmo jeito quando uma
pessoa, em um dia ensolarado, pergunta onde está o sol:
A loucura é: que o pecado sempre é uma troca, uma
péssima troca que fazemos. Trocamos a Deus – a fonte de água viva – e
construimos as nossas cisternas – cisternas que não retêm águas. Será
que você já consegue ver tal loucura?
Nós trocamos aquele que é eterno por coisas e pessoas temporárias – que são nada comparado com o Deus eterno.
E toda vez que realizamos essa troca, sentimo-nos um
pouco mais tristes, um pouco mais vazios, um pouco mais desapontados e
fracos, mas por que continuamos fazendo essa troca?
Trocamos a Deus – o glorioso, o onipresente,
onisciente, onipotente, bondoso, justo, amoroso, misericordioso,
recompensador, incomparável, infinito e a lista ainda é muito maior –
por coisas temporárias, as quais as traças corroem e as quais os ladrões
roubam. Elas duram por um tempo. Depois queremos uma outra coisa que os
substitua. Um novo celular. Um novo carro. Um novo relógio. Uma nova
roupa. E depois queremos de novo as mesmas coisas, porém mais novas,
mais atuais, mais bonitas, mais dentro da modinha*. Ou trocamos a Deus –
o Rei e Senhor de todo o Universo – por pessoas. Preferimos as piadas e
as brincadeiras e as saídas com os amigos da faculdade à manter nossos
valores firmes. Fazemos de tudo para entrar no grupo, mesmo que tenhamos
que deixar a sanidade de andar nos caminhos de Deus e tomar para si a
estrada da perdição.
E a triste verdade é que fazemos isso porque pensamos
sinceramente que é isso que vai nos trazer felicidade. Vida. Alegria.
Mas será que é?
Então vem a sentença, crua e profunda ( na lata ): ” e
cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm
águas”. O que Deus quer nos dizer com essa sentença? Simples. Que o
nosso coração nunca, nunca, nunca, nunca, nunca se satisfará com outra
coisa ou outra pessoa que não seja Deus. As nossas trocas nunca trarão a
alegria e a felicidade que Deus – a fonte de água viva – trará. Só ele
pode saciar a sua sede. Somente Ele é capaz. Não existe qualquer outra
possibilidade. Mas por que eu e você continuamos fazendo essa louca
troca?
Mas Deus – a fonte de água viva – nos chama:
“Venham, vamos refletir juntos”, diz o Senhor. “Embora
os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão
brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se
tornarão.” Isaías 1:18.
Renda-se. Arrependa-se. Volte-se novamente para o
Deus que é a fonte da nossa vida, a fonte da verdadeira felicidade e
alegria. E deixe para sempre as suas cisternas de lado, porque elas não
foram criadas para ser o que só Deus pode ser. Abra mão e feche-a
novamente. Mas a feche segurando a mão do Senhor em total rendição e
você verá como é muito melhor assim. Sempre é.
nota: *Não estou dizendo que ter ou
buscar essas coisas seja algo errado, apenas estou afirmando que quando
essas coisas tomam o nosso coração de tal forma que passamos por cima
das prioridades que devemos ter como cristão e do nosso amor por Deus,
sim isso é uma loucura.
Por F. P. Mastrillo
Publicado originalmente em Evangelho Urbano
Verdadeiro e falso reavivamento
Vi que a mente de alguns na igreja não
tem andado no devido rumo. Tem havido alguns temperamentos peculiares,
que desenvolvem ideias próprias pelas quais julgam os irmãos. E se
alguém não estava exatamente em harmonia com eles, havia imediatamente
perturbação. Alguns têm coado um mosquito e engolido um camelo (Mateus
23:24).
Essas ideias têm sido nutridas e com elas
alguns têm condescendido por longo tempo. Apegam-se a qualquer palha,
por assim dizer. E quando não há dificuldades reais na igreja,
fabricam-se provações. A mente da igreja e os servos do Senhor são
desviados de Deus, da verdade e do Céu, para se fixarem nas trevas.
Satanás se agrada em que essas coisas prossigam; isso é uma festa para
ele. Contudo, não é isso que purificará a igreja e que, no fim, aumentará a resistência do povo de Deus.
Disse o anjo: “É uma obra individual o
ser íntegro para com Deus”. A obra é entre Deus e nós mesmos. Mas quando
as pessoas têm tanto cuidado com as faltas dos outros, não cuidam de si
mesmas. Essas pessoas imaginativas, críticas, muitas vezes se curariam
desse hábito, se elas se dirigissem diretamente à pessoa que pensam
estar errada. Isso seria tão desagradável que abandonariam suas ideias,
em vez de se dirigirem a elas. Mas é mais fácil deixar a língua
trabalhar livremente acerca deste e daquele, quando o acusado não está
presente. – Ellen White, Testemunhos para a igreja, v. 1, p. 145-146 (grifo nosso).
O Senhor não confiou a meus irmãos a obra que me deu para fazer.
Alguns têm reclamado que minha maneira de dar reprovação em público
leva outros a serem críticos, cortantes e severos. Se esses assumem a
responsabilidade que Deus não depôs sobre eles; se desrespeitam as
instruções que Ele seguidamente lhes deu através do humilde instrumento
de Sua escolha, a fim de torná-los bondosos, pacientes e tolerantes, somente eles responderão pelos resultados. – Ellen White, Testemunhos para a igreja, v. 5, p. 20 (grifo nosso).
Publicado originalmente em Missão Pós-Moderna
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Adventistas iniciam projetos com dez dias de oraÇÃo e jejum em 2013
[Brasília, DF] “Quando as pessoas oram, alguma coisa acontece”. A frase, do evangelista mundial Mark Finley registrada em uma revista chamada Oração faz a diferença, resume a importância de um dos atos mais baratos e simples que existem na prática religiosa. A oração, reconhecida em praticamente todas as religiões existentes, é compreendida pelos adventistas do sétimo dia como uma evidência da dependência do ser humano em relação a Deus em todos os momentos da vida. Por essa razão, de 28 de fevereiro até o dia 09 de março adventistas sul-americanos estão envolvidos em um programa de preparação espiritual para projetos missionários a serem desenvolvidos durante o ano. Todos os materiais disponíveis a respeito dessa mobilização podem ser encontrados em http://reavivamentoereforma.com/oracao/.
Além da oração, adventistas e pessoas que não são membros da Igreja Adventista realizarão momentos de jejum em igrejas, em pequenos grupos e individualmente. “Queremos começar o ano de atividades com a impressão clara de que somente através de ação do Espírito Santo conseguiremos atingir os objetivos propostos. E entendemos que a oração e o jejum não se restringem a um programa, mas são hábitos permanentes”, explica Wiliane Marroni, coordenadora do projeto. No dia 9 de março, sábado, as igrejas poderão utilizar um sermão gravado pelo pastor Erton Köhler, líder sul-americano adventista. Em sua mensagem, Köhler relembra a busca em oração do Espírito Santo em Atos 1 e conclama a todos para que se envolvam em uma repetição desse episódio espiritual do Pentecoste apostólico.
Boas iniciativas sobre oração:
http://oroporvoce.com/ - Ministério Oro por Você
www.biblia.com.br – Site sobre a Bíblia, mas que permite às pessoas se cadastrarem como intercessores.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Documento: Estilo de Vida e Conduta Cristã
O que é, e qual é o propósito do Documento
Uma comissão de líderes adventistas de oito países sul-americanos votou, no final de 2012, documento intitulado Estilo de Vida e Conduta Cristã. O objetivo é reafirmar a crença bíblica defendida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia quanto ao comportamento de um cristão diante de diferentes situações da sua vida cotidiana como recreação, mídia, vestuário, sexualidade, joias, ornamentos e saúde. A ideia do documento não é substituir a Bíblia e nem criar novas normas.
A intenção foi resumir, em uma linguagem simples mas clara e objetiva, o que Deus estabeleceu em Sua Palavra sobre esses temas no contexto da misericórdia e da graça cristãs. Trata-se de um material que reúne em um só lugar várias declarações que refletem o pensamento adventista sobre o assunto. Como o próprio documento diz, “as recomendações apresentadas neste documento não devem ser usadas como elemento de crítica ou julgamento de outros, mas como apoio para a vida pessoal”.
Segue abaixo o documento na íntegra:
Introdução
A Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece a importância do sacrifício de Cristo na cruz como o preço pago pela nossa salvação. Deus, em Seu infinito amor pelo mundo, “deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Ele “prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8), e nos convida a aceitar esse sacrifício de amor, a entregar-Lhe totalmente a vida e a nascermos de novo em Cristo (Jo 3:3-15).
A pessoa que passou por essa experiência com Jesus deve agora andar em “novidade de vida”, entregando-Lhe todo o seu ser e todos os aspectos de sua vida (Rm 6:1-11). “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5:17). Uma vida renovada leva o cristão a um alto padrão de comportamento através de um estilo de vida que O glorifique e que evidencie publicamente a fé e o compromisso que ele tem com Cristo Jesus. Dois ensinos bíblicos fundamentam a importância do estilo de vida para o cristão adventista: 1) a restauração da imagem de Deus no ser humano; e 2) a missão profética específica da Igreja Adventista no final dos tempos.
A restauração da imagem de Deus. Segundo as Escrituras, o ser humano foi criado à “imagem e semelhança” de Deus (Gn 1:26, 27). Essa realidade foi manchada pelo pecado (Gn 3). Desde a queda, no entanto, Deus tem trabalhado pela restauração plena dessa imagem no ser humano (Rm 8:29; 1Co 15:49; 2Co 3:18; Ef 4:22-24; Cl 3:8-10) através da redenção em Cristo Jesus e da atuação do Espírito Santo na vida e mente daqueles que respondem positivamente ao Seu convite à salvação (Jo 1:12, 13; 3:3-16). Nesse processo de restauração, Deus chama Seus filhos a um reavivamento e reforma através do compromisso com a santidade. “Sede santos porque Eu sou santo” (Lv 11:44, 45; 19:2; 20:26); “sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:48).
Essas exortações bíblicas são muitas vezes mal-interpretadas e usadas como base de um legalismo exigente e frio, comumente denominado de perfeccionismo. No entanto, no Sermão da Montanha (Mt 5:43-48), Cristo deixou claro que “ser santo” e “ser perfeito” como Deus, é ser um canal divino de Sua graça, amor e bondade aos seres humanos. O cristão torna-se um canal de Deus ao amar sinceramente todos os indivíduos com quem ele se relaciona, orando por eles e ajudando-os, mesmo sendo seus inimigos ou aqueles que o perseguem.
O chamado do cristão é imitar a Deus em todos os aspectos de sua vida (1Pe 1:13-16). Para que isso seja possível, Deus concede aos Seus filhos o Espírito Santo, o Consolador, que opera na mente e coração dos seres humanos, envolvendo o cultivo de atributos internos (amor, bondade, compaixão, justiça, verdade, pureza, honestidade, responsabilidade, altruísmo, etc.) e externos (modéstia, decência, temperança, boas obras, etc.). Esses atributos representam a restauração do caráter divino evidenciado pelo fruto do Espírito na vida dos filhos de Deus (Rm 12:1-13:14; Gl 5:16-26; Ef 4:17-5:21; Cl 3:1-17; 1Ts 4:1-12; 1Tm 2:8-3:13). A missão profética da Igreja Adventista.
O segundo ensino bíblico que realça a importância de um estilo de vida consagrado a Deus é a missão específica da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Desde seus primórdios, os Adventistas do Sétimo Dia se consideram um movimento profético, com a missão especial de preparar um povo para a Segunda Vinda de Jesus. Esse movimento foi profetizado em Isaías 40:1-5, como a “voz do que clama no deserto” preparando o caminho do Senhor; em Isaías 58:12, como o “reparador de brechas e restaurador de veredas” que restabeleceria verdades bíblicas esquecidas, entre as quais a santificação do sábado; em Malaquias 4:4-6, como o Elias que antecederia a vinda do Messias. Seu cumprimento foi predito em Apocalipse 14:6-12, com a tríplice mensagem angélica pregada nos últimos dias da história humana pelos “santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
A missão da Igreja Adventista é a mesma de João Batista — preparar um povo para a vinda de Jesus, e ambos são objetos das profecias específicas de Isaías 40 e Malaquias 4. João Batista é, portanto, um modelo profético da Igreja Adventista, e grande ênfase é dada ao seu estilo de vida, especialmente em relação à comida, bebida e vestimenta (Mt 3:4; Mc 1:6; Lc 1:15). Isso pressupõe que um estilo de vida específico, ordenado por Deus, é um aspecto importante no cumprimento da missão do mensageiro profético que prepara a vinda do Senhor.
Recomendações
Com base nessa percepção das verdades bíblicas, a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia reafirma seu compromisso com um estilo de vida cristã que represente seu chamado e sua missão diante do mundo e que seja uma resposta de coração à graça e ao amor de Deus. E, com o propósito de aconselhar e incentivar seus membros a crescerem na fé, a aprofundar sua experiência com Deus e a avançar no cumprimento da missão evangélica, faz as seguintes recomendações:
1. Vida de santificação
O cristão é chamado a consagrar a Deus todos os aspectos de sua vida. Como está escrito: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo” (1Pe 1:13-16). Ao fazer a vontade do Mestre, “precisamos chegar ao ponto de reconhecer plenamente o poder e a autoridade da Palavra de Deus, quer ela concorde ou não com nossas opiniões preconcebidas. Temos um perfeito livro-guia. O Senhor nos falou a nós; e, sejam quais forem as consequências, devemos receber Sua Palavra e praticá-la na vida diária. De outro modo estaremos escolhendo nossa própria versão do dever e fazendo exatamente o oposto daquilo que nosso Pai celestial nos mandou fazer” (Ellen G. White, Manuscrito 148, 1902; ver Medicina e Salvação, p. 255, 256).
2. Crescimento espiritual
A santificação implica um contínuo processo de crescimento espiritual pela graça de Deus em Jesus, através da comunhão pessoal com Ele pelo estudo da Bíblia, pela prática da oração e pelo testemunho pessoal. O alvo é chegar “ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado ao outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:13-15). “Muitos têm a ideia de que devem fazer sozinhos parte do trabalho. Confiaram em Cristo para o perdão dos pecados, mas agora procuram por seus próprios esforços viver retamente. Mas qualquer esforço como este terá de fracassar. Diz Jesus: ‘Sem Mim nada podereis fazer’ (Jo 15:5). Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade – tudo depende de nossa união com Cristo. É pela comunhão com Ele, todo dia, toda hora – permanecendo nEle – que devemos crescer na graça” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 69).
3. Pureza moral
Todo filho e filha de Deus deve conservar puros o coração e a mente (Sl 24:3, 4; 51:10), seguindo o modelo de Cristo: “E a si mesmo se purifica todo o que nEle tem esta esperança, assim como Ele é puro.” (1Jo 3:3). O cristão deve evitar e rejeitar tudo que possa poluir sua mente e sua vida, levando-o a pecar. Duas exortações de Paulo servem para nortear suas escolhas: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31); “Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isto que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8).
4. Recreação e mídia
Seguindo o princípio da pureza moral, o cristão deve evitar livros e revistas, programas de rádio, televisão, internet ou qualquer outro tipo de mídia, jogos ou equipamentos modernos cujo conteúdo possa poluir sua mente e coração. Deve-se evitar tudo que induza ao mal e promova violência, desonestidade, desrespeito, adultério, pornografia, vícios de toda sorte, descrença, uso de palavrões e linguagem obscena, entre outras coisas. O cristão não pode conformar-se aos valores comuns de um mundo profundamente corrompido pelo pecado, mas deve ser transformado pelo Espírito, renovando sua mente a fim de experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2; ver também 1Jo 2:15-17). Certos lugares públicos de diversão tais como estádios esportivos, teatros e cinemas, em sua programação habitual, são inapropriados para o cristão adventista. Vários fatores contribuem para essa avaliação negativa por parte da Igreja, dentre eles:
- a falta de controle sobre o conteúdo que é apresentado ou o evento que está ocorrendo;
- a psicologia de massa que muitas vezes leva alguém a seguir em uma direção que de outro modo não o faria;
- o fato de todo o ambiente ser planejado para potencializar o impacto sobre o indivíduo e sua mente, facilitando a aceitação, geralmente imperceptível, de ideias e valores contrários à fé cristã;
- o tempo e os recursos financeiros gastos nessas diversões que poderiam ser utilizados para outros fins mais condizentes com a fé e os propósitos de vida de um cristão;
- o testemunho negativo que a frequência a esses lugares pode deixar na mente de membros e não membros da igreja. O conselho de Ellen White aos jovens acerca do teatro, no seu tempo, parece ainda mais pertinente hoje para todos os lugares de diversão: “Entre os mais perigosos lugares de diversões, acha-se o teatro. Em vez de ser uma escola de moralidade e virtude, como muitas vezes se pretende, é um verdadeiro foco de imoralidade. Hábitos viciosos e propensões pecaminosas são fortalecidos e confirmados por esses entretenimentos. Canções baixas, gestos, expressões e atitudes licenciosos depravam a imaginação e rebaixam a moralidade. Todo jovem que costuma assistir a essas exibições se corromperá em seus princípios. [...] O amor a essas cenas aumenta a cada condescendência, assim como o desejo das bebidas alcoólicas se fortalece com seu uso. O único caminho seguro é abster-nos de ir ao teatro, ao circo e a qualquer outro lugar de diversão duvidosa” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 380).
A dança e os ambientes sociais como boates e outras casas noturnas são contrários ao princípio da pureza cristã, uma vez que excitam as paixões humanas, a luxúria e sedução. A dança é ainda comumente acompanhada do estímulo ao uso de bebidas alcoólicas, de drogas, da prática de violência e comportamento desenfreado. Sua promoção e prática não se harmonizam com os princípios cristãos adventistas, nem mesmo em um contexto particular, residencial, ou em atividades espirituais e sociais realizadas pela igreja.
A RECREAÇÃO ATRAVÉS DA MÚSICA, SEJA ELA RELIGIOSA OU NÃO, TAMBÉM DEVE PASSAR PELOS CRITÉRIOS BÍBLICOS DA GLORIFICAÇÃO A DEUS E QUALIDADE DO MATERIAL EM QUESTÃO. UMA DISCUSSÃO DETALHADA DESSE ASSUNTO TÃO IMPORTANTE APARECE NOS DOCUMENTOS: “FILOSOFIA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA COM RELAÇÃO À MÚSICA”; E “ORIENTAÇÕES COM RELAÇÃO À MÚSICA PARA A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA NA AMÉRICA DO SUL”, QUE VOCÊ ACESSA CLICANDO AQUI.
5. Vestuário.
O vestuário cristão é claramente orientado nas Escrituras pelo princípio da modéstia e da beleza interior que implicam bom gosto com decoro. Os Adventistas do Sétimo Dia creem que os princípios acerca do vestuário que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 10 e 1 Pedro 3:3 e 4, em relação às mulheres cristãs, se aplicam tanto a homens como a mulheres. O cristão deve se vestir com modéstia, decência, bom-senso, evitando a sensualidade provocativa tão comum da moda, e sem ostentação de “ouro, pérolas ou pedras preciosas, ou vestuário dispendioso” (1Tm 2:9).
Esse princípio deve aplicar-se não apenas a roupas, mas a todas as questões que envolvem a aparência pessoal e seus enfeites. Tudo deve evidenciar a riqueza do “homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus” (1Pe 3:4). “O caráter de uma pessoa é julgado pelo aspecto de seu vestuário. Um gosto apurado, um espírito cultivado, revelar-se-ão na escolha de ornamentos simples e apropriados. [...] É justo amar e desejar a beleza; Deus, porém, deseja que amemos e procuremos primeiro a mais alta beleza – aquela que é imperecível. As mais seletas produções da perícia humana não possuem beleza que se possa comparar com a beleza do caráter, que à Sua vista é de grande preço” (Ellen G. White, Educação, p. 248, 249).
6. Joias e ornamentos
Os princípios bíblicos da modéstia e da beleza interior, que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 1 Pedro 3:3, deixam bem claro que o cristão deve abster-se do uso de joias e de outros ornamentos, como bijuterias e piercing, e de tatuagens (Lv 19:28). Segundo a exortação bíblica, o cristão deve levar uma vida simples, sem ostentação, evitar despesas desnecessárias e estar livre do espírito de competição tão comum na sociedade. Esses princípios se aplicam às joias ornamentais. As joias funcionais, usadas segundo o contexto sociocultural, também devem seguir os mesmos princípios. Para o cristão, a autoestima e a valorização social estão fundamentadas no fato de o ser humano ter sido criado à imagem de Deus (Gn 1:26, 27); de cada individuo ser dotado de dons e talentos que lhes são únicos (Mt 25:14-29); e, sobretudo, por ele ter sido resgatado do pecado pelo mais alto preço possível no Universo, o precioso sangue de Cristo (1Co 6:20).
A busca de autoestima e valorização social por meio do uso de joias ou ornamentação externa conflita com a profunda experiência cristã que Deus deseja para Seus filhos e filhas (1Tm 2:9, 10; 1Pe 3:3, 4). Apesar de vários personagens bíblicos terem usado joias, o texto bíblico deixa claro que o seu abandono caracteriza um movimento de total reavivamento e reforma espiritual do povo de Deus (Gn 35:2-4; Êx 33:5, 6). É nesse contexto de reforma e reconsagração que os apóstolos Paulo e Pedro apontam a norma a ser seguida pelos discípulos de Cristo. Para os Adventistas do Sétimo Dia, essa norma deve ser ainda mais relevante, visto que nossa missão como o Elias profético nestes últimos tempos significa também simplicidade no vestuário (Mt 11:7-10; Mc 1:6; Lc 7:24-27). “Trajar-se com simplicidade e abster-se de ostentação de joias e ornamentos de toda espécie está em harmonia com nossa fé” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 366).
7. Sexualidade humana
A sexualidade humana é apresentada na Bíblia como parte da imagem de Deus na humanidade (Gn 1:27), e foi planejada por Deus para ser uma bênção ao gênero humano (Gn 1:28). Desde o princípio, Deus estabeleceu também o contexto em que ela deve ser exercida – o casamento entre um homem e uma mulher (Gn 2:18-25; Hb 13:4). A Bíblia deixa claro que a sexualidade deve ser exercida com respeito, fidelidade, amor e consideração pelas necessidades do cônjuge (Pv 5:15-23; Ef 5:22-33).
O fiel adventista deve evitar também o jugo desigual, relacionando-se afetivamente e unindo-se em matrimônio somente com alguém que compartilhe sua fé (2Co 6:14, 15). As Escrituras claramente classificam como pecado as diferentes formas de sexo fora das diretrizes divinas, como:
- o sexo pré-marital e a violência sexual (Dt 22:13-21, 23-29);
- o adultério ou sexo extraconjugal (Êx 20:14; Lv 18:20; 20:10; Dt 22:22; 1Ts 4:3-7);
- a prostituição, feminina ou masculina (Lv 19:29; Dt 23:17);
- a relação com pessoas da mesma família ou crianças (Lv 18:6-17; 20:11, 12, 14, 17, 19-21);
- a relação entre pessoas do mesmo sexo (Lv 18:22; Lv 20:13; Rm 1:26, 27);
- o travestismo (Dt 22:5);
- e a relação sexual com animais (Lv 18:23; Lv 20:15, 16).
As Escrituras também condenam:
- o assédio sexual (Gn 39:7-9; 2Sm 13:11-13);
- o exibicionismo sensual (Ez 16:16, 25; Pv 7:10, 11);
- manter pensamentos e desejos impuros (Mt 5:27-28; Fp 4:8);
- a impureza e os vícios secretos, como a pornografia e a masturbação (Ez 16:15-17; 1Co 6:18; Gl 5:19; Ef 4:19; 1Ts 4:7).
O argumento comum de que muitos desses comportamentos sexuais não eram aceitos na antiguidade, quando a Bíblia foi escrita, mas que hoje são socialmente aceitos e, portanto, podem ser até mesmo praticados pelos cristãos, demonstra falta de conhecimento da realidade entre os povos vizinhos do antigo Israel. O próprio texto bíblico é bem claro nessa questão. Levítico 18 diz que essas práticas eram comuns e aceitas no Egito e, mais ainda, na terra de Canaã (Lv 18:3, 24, 25, 27).
Deus condenou essas práticas, apesar de serem aceitas na antiguidade. Os israelitas deveriam viver segundo outro modelo de comportamento sexual, ou seja, o que está explícito nos mandamentos de Deus (Lv 18:4, 5, 26, 30). No entanto, para aqueles que sofrem tentações ou que têm sucumbido em qualquer área do comportamento sexual, a promessa de vitória em Deus é animadora: “Tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp 4:13); “não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6). “Os que põem em Cristo a confiança não devem ficar escravizados por nenhuma tendência ou hábito hereditário, ou cultivado. Em lugar de ficar subjugados em servidão à natureza inferior, devem reger todo apetite e paixão. Deus não nos deixou lutar contra o mal em nossa própria, limitada força. Sejam quais forem nossas tendências herdadas ou cultivadas para o erro, podemos vencer mediante o poder que Ele está disposto a nos comunicar” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 175, 176).
8. Saúde
O corpo humano é o templo do Espírito Santo e o cristão deve glorificar a Deus em seu corpo (1Co 3:16, 17; 6:19, 20; 10:31). O cuidado do corpo e da saúde faz parte da restauração da imagem de Deus no homem: “Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que o dom de Cristo nos tornou possível. Ele nos convida a fazer nossa escolha do direito, para nos ligarmos com os instrumentos celestes, adotarmos princípios que hão de restaurar em nós a imagem divina. Na Sua palavra escrita e no grande livro da natureza, Ele revelou os princípios da vida. É nossa obra obter conhecimento desses princípios e, pela obediência, cooperar com Ele na restauração da saúde do corpo bem como da alma” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 114, 115).
Em Sua Palavra, Deus deu orientações claras acerca de comida (Gn 1:29; 3:18; 7:2; 9:3, 4; Lv 11:1-47; 17:10-15; Dt 14:3-21) e bebida (Lv 10:9; Nm 6:3; Pv 20:1; 21:17; 23:20, 29-35; Ef 5:18). A dieta vegetariana é o ideal de Deus para o ser humano (Gn 1-3) e também a abstinência de qualquer tipo de bebida alcoólica e de tudo que seja prejudicial à saúde humana, como bebidas cafeinadas e drogas (Êx 20:13; 1Co 3:17; 6:19; 10:31). As boas coisas que Deus criou para o ser humano devem ser usadas com equilíbrio e sabedoria (Pv 25:16, 27). As coisas más devem ser totalmente evitadas.
Alimentação adequada e abstinência de tudo que é prejudicial à saúde são dois dos oito remédios naturais que Deus prescreveu para a manutenção de uma vida saudável e equilibrada e para a cura de muitas doenças e sofrimento: “Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino – eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais e da maneira de aplicá-los. [...] Aqueles que perseveram na obediência à suas leis ceifarão galardão em saúde de corpo e de alma” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 127).
Conclusão
As recomendações apresentadas neste documento são conselhos e orientações a serem seguidos com oração, como resultado de profundo relacionamento pessoal com Deus, na busca de Suas verdades e de Sua presença na primeira hora de cada dia. Elas não devem ser usadas como um elemento de crítica ou julgamento de outros, mas como apoio para a vida pessoal. A Palavra de Deus e os conselhos divinos que nos foram transmitidos pelo ministério profético de Ellen G. White nos exortam, como Adventistas do Sétimo Dia, a viver um estilo de vida que seja uma resposta de amor à bondade, à graça e ao infinito amor de Deus por nós. O fruto do Espírito deve permear todas as dimensões do nosso viver, proporcionando equilíbrio entre os aspectos interiores do ser e os exteriores do fazer. O resultado disso será nossa própria felicidade e bem-estar, e o desenvolvimento da nossa salvação em todos os aspectos desejados por Deus. E, por fim, estaremos lançando uma das bases fundamentais para o cumprimento de nossa missão profética, esperando em breve ouvir dos lábios do próprio Jesus: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25:21).
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