quarta-feira, 20 de maio de 2015

A sede Satisfeita

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3 : 16)

 "MAMÃE, ESTOU COM MUITA SEDE. QUERO ÁGUA!" Susanna Petroysan ouviu o pedido de sua filha, mas não podia fazer nada. Ela e sua filha de quatro anos, Gayaney, estavam debaixo de toneladas de aço e concreto. Ao seu lado, no escuro, estava o corpo da nora de Susanna, Karine, uma das 55 mil vítimas do pior terremoto na história da Armênia.

A calamidade nunca bate antes de entrar e, dessa vez, ela derrubou a porta.

Susanna tinha ido à casa de Karine provar um vestido. Era 7 de dezembro de 1988, 11h30 da manhã. O tremor de terra ocorreu às 11h41. Ela havia tirado o vestido e estava apenas de meias e anágua quando o quinto andar do edifício começou a tremer. Susanna agarrou sua filha e deu apenas alguns passos quando o piso se abriu e elas caíram. Susanna, Gayaney e Karine caíram no subsolo do prédio de nove andares, cercadas de escombros.

"Mamãe, eu estou com muita sede. Por favor, me dê alguma coisa para beber!" Não havia nada que Susanna pudesse fazer.

Ela estava deitada debaixo dos escombros. Uma viga de concreto sobre sua cabeça e um cano d'água sobre os ombros a impediam de se levantar. Tateando no escuro, ela encontrou um pote de geléia que havia caído no porão. Ela deu toda a geléia para sua filha comer. Já havia passado o segundo dia.

"Mamãe estou com muita sede!"

Susanna sabia que ia morrer, mas queria pelo menos poder salvar sua filha. Encontrou um vestido, talvez fosse aquele que viera provar, e improvisou uma cama para Gayaney. Apesar de estar fazendo muito frio, ela tirou suas meias e as colocou sobre sua filha para aquecê-la.

As duas ficaram ali durante oito dias.

Por causa da escuridão Susanna perdeu a noção do tempo. Por causa do frio, perdeu a sensibilidade dos dedos das mãos e dos pés. Por causa dessa impossibilidade de se mover perdeu a esperança. "Eu estava apenas esperando a morte chegar!"

Ela começou a ter alucinações. Seus pensamentos vagueavam. De vez em quando um sono providencial a livrava dos horrores do sepultamento: o frio, a fome, ou, mais freqüentemente, a voz de sua filha.

"Mamãe, estou com sede."

Em algum ponto daquela noite eterna Susanna teve uma idéia. Ela se lembrou de um programa de televisão em que um explorador do Ártico estava morrendo de sede. Seu companheiro deu um corte profundo na mão e deu seu próprio sangue para ele beber.

"Eu não tinha água, nenhum suco de fruta, nenhum líquido. Foi aí que me lembrei que tinha meu próprio sangue!"

Tateando com os dedos dormentes de frio, encontrou um pedaço de vidro quebrado. Abriu com ele o dedo polegar da mão esquerda e o deu para sua filha chupar.

As gotas de sangue não eram suficientes, "Por favor, mamãe, um pouco mais. Corte outro dedo." Susanna não se lembra de quantas vezes teve que se cortar. Ela sabe apenas que, se não houvesse feito isto antes, Gayaney teria morrido. Seu sangue era a única esperança de sua filha.

Assim Cristo fez Debaixo dos escombros de um mundo decaído, Ele feriu suas mãos. Nos destroços de uma humanidade Ele feriu o seu lado. Seus filhos estavam soterrados, então ele lhes deu seu próprio sangue.

 Tudo isso Ele fez por te Amar.

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