terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Quão Grande é Seu Deus?

E. Theodore Agard

O tamanho de algo é determinado por unidades de medida, e essas variam dependendo do objeto a ser medido. O ouro é medido em onças ou gramas; o carvão em toneladas. O óleo cru é embarcado em termos de barris; a gasolina refinada é vendida em litros ou galões. O tamanho de uma caixa é medido por seu comprimento x altura x largura, em centímetros ou polegadas, mas para atapetar um quarto requerem-se jardas ou metros. Jardas não se prestam para dar a distância entre Nova Iorque e Nairóbi; usamos para isso milhas ou quilômetros. Mas, distâncias interplanetárias requerem anos-luz, sendo um ano-luz igual à distância que a luz percorre num ano à velocidade de 186.000 milhas (300.000km) por segundo.
Mas quão grande é seu Deus? É Ele tão distante, tão infinito que o tempo e o espaço nada Lhe significam? É Ele tão transcendente que podemos reconhecê-Lo como o fundamento da moralidade ou a causa primária do Universo, deixando-o então solitário com Sua grandeza, para continuarmos vivendo como se Sua existência ou mandamentos não nos importassem? Ou está Ele tão próximo, tão imanente e tão envolvido na vida e em seus miríades de movimentos, que vive naquela árvore ou é achado nalguma pedra ou é parte de tudo o que existe — uma espécie de perpétuo ser panteísta — a tal ponto de podermos fazê-Lo como um de nós? São esses pensamentos dignos de ponderação?
Para o salmista, a questão do tamanho de Deus era importante. “Para onde me irei do teu Espírito?”, pergunta ele. “Para onde fugirei da Tua face? Se subir ao céu, Tu aí estás; se fizer no Sheol a minha cama, eis que Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Salmo 139:7-10).
Pondere nisso e você terá o conceito de infinito - não da espécie matemática onde o infinito está além de nosso alcance, mas de dinâmica espiritual, na qual Deus pode ser ao mesmo tempo imanente, transcendente e infinito, mas suficientemente amoroso para identificar-Se com os problemas humanos. Daí a admiração e alegria de Davi: Deus está no céu — onipresente, onipotente, onisciente — e todavia interessado a ponto de me suster com a sua destra.
Nessa maravilha e contentamento jaz um dos grandes desafios que um cristão enfrenta com respeito a Deus: a tentação de ver a Deus sob o prisma de nossas limitações e questionar Sua competência e poder. [...]
Se pararmos para refletir, não podemos medir ou compreender Deus do ponto de vista de nossa limitação. Nem podemos apreciar plenamente o papel de Deus na Terra e em sua história, a partir da limitada perspectiva de nossa inteligência. Podemos pensar, sondar, inquirir, discutir — de fato, Deus nos encoraja a fazê-lo — mas vem o ponto quando o vasto abismo entre o finito e o infinito nos confronta. O finito não pode abarcar ou plenamente compreender o infinito; o finito só pode crer. É então que a fé nos acode. E enquanto estudamos e teorizamos, aquele que tem fé em Deus confessará humildemente que nem tudo é claro no presente. “Agora vemos por espelho, em enigma, mas, então, veremos face a face; agora conheço em parte, mas então, conhecerei como também sou conhecido” (I Coríntios 13:12)
Quão grande é seu Deus? Bastante grande para dar sentido à vida, embora não possamos compreender todos os mistérios envolvidos na vida? Ou tão pequeno que a vida se torna uma jornada tortuosa, arremessada daqui para acolá, de hesitação à dúvida, ao desespero? A escolha é sua.

- E. Theodore Agard (Ph.D. pela Universidade de Toronto) trabalhou durante muitos anos como físico de radiação e especialista de rádioterapia no Kettering Medical Center, Dayton, Ohio, EUA.

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